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Correr 42km é uma coisa horrível, realmente estúpida e só ao alcance de corpos e cabeças dispostos ao sofrimento e obstinados pelo momento em que se cruza a meta e nos sentimentos os donos do mundo.

Corrê-los em quase 4 horas e meia é ainda mais sofrimento, mais obstinação e mais satisfação quando passas aquela meta.

Isto a propósito da minha segunda maratona que fiz hoje em Madrid. Melhorei 4 minutos face à primeira em Londres e acabei por sofrer um pouco mais na parte final porque terminava em subida. Dizem que a maratona de Madrid é uma das mais complicadas da Europa. Eu concordo sobretudo porque ao quererem acabar no Parque do Retiro obrigam a uma subida de desnível considerável do km 35 ao 41. Não é fácil porque as pernas não respondem (e no meu caso já nem se sentem porque ia aproveitando quando podia para pedir aos assistentes da corrida para me darem com o spray anestesiante...).

Agora aqui estou a descansar em casa com o Ricardinho, com o mágico Voltaren a fazer efeito: provavelmente estou com os músculos arrasados mas pelo menos não os sinto. Maravilhas da ciência.

Para o ano Paris!