17 agosto 2014

Estado de Alerta

No próximo mês de Dezembro faz 4 anos que me estreei como pai.
No outro dia numa conversa com colegas de um curso de formação falávamos do facto de que nunca saberemos o que é ter um filho até ter um na realidade. Não podia ser mais verdade.

Podes saber o que é ganhar o totoloto ou partir uma perna mas o que significa um filho não deixa de ser um mistério por desvendar até ao momento em que o tens a dormir ao teu lado e vais ver se está a respirar só por acaso.

E para mim o que mais me mudou o dia a dia foi esta história do estado de alerta em que ando constantemente...
Admito que sou exagerado com isto, que sofro com saber onde é que anda, se as janelas estão abertas ou se pode escapar a correr para a estrada. Se houvesse uma terapia para isto eu ia. É uma coisa estúpida e ao mesmo tempo natural que não te deixa descansado nunca.
Que às vezes te faz lembrar daquelas tardes de verão de adolescência onde não tinhas nada para fazer e nem sequer havia coisas que pensar. Eu via a Volta a Portugal em bicicleta e podia perfeitamente ver a etapa inteira. Sabia lá eu o que era essa coisa do estado de alerta por causa de um filho.

Agora no mesmo Dezembro chegará o segundo e penso: duplicará o estado de alerta (a um nivel ainda pior...) ou posso repartir o mesmo estado pelos dois e assim individualmente vou sofrer menos?

Por favor que não seja a primeira opção.