27 janeiro 2010

Boas notícias (do Diário Económico)

Estudo prevê fim da miséria no Brasil em apenas seis anos

Maiores salários e maior escolaridade podem retirar 20 milhões de pessoas da condição de pobreza extrema.

O Brasil pode acabar com a mi-séria em seis anos caso mante-nha os índices de redução de pobreza registados nos últimos anos, segundo um estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Económica Aplicada (Ipea). De acordo com o trabalho, seria possível colocar a zero a pobreza extrema - actualmente em 10,5% da população - até 2016, retirando 20 milhões de pessoas da miséria. São considerados pobres extremos aqueles que recebem até 25% de um salário mínimo por mês. Com base na mesma premissa, o número de pobres absolutos (salário de até 50% do mínimo) cairia de 28,8% para 4,0%, o que colocaria o Brasil num patamar semelhante ao dos países ricos.

Segundo o Ipea, o ritmo de queda da pobreza no Brasil está a acelerar. Enquanto no pe-ríodo de 1995 a 2008 o recuo dos índices de pobreza extrema e absoluta foi de, respectivamente, 0,8% e 0,9% anuais. Para 2003 a 2008, ele acentua-se para 2,1% e 3,1%.

Avanços ligados a políticas públicas

Marcio Pochmann, presidente da instituição, analisa que os avanços estão ligados à consolidação das políticas públicas a partir da Constituição de 1988. Outros dois factores teriam sido decisivos: a elevação do gasto social no país e uma descentralização das políticas sociais, com o aumento do papel dos municípios. O estudo afirma que a participação municipal na despesa aumentou 53% entre 1980 e 2008, enquanto os investimentos federais e estaduais diminuíram a proporção.

Segundo ele, o crescimento da economia - e portanto dos salários - nos próximos anos será um requisito para o fim da miséria, mas não o único factor: "Não é só o crescimento, mas a qualidade disso. Um país fornecedor de bens primários tende a gerar menos empregos do que produtores de bens de consumo, por exemplo".

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