06 julho 2010

Maçãs, melões e outros símbolos

(artigo de opinião de Jean Paul Lares no jornal O Jogo de hoje)

Depois de cinco épocas e meia de alto rendimento, o mais jovem capitão desde Francisco Stromp é agora uma "maçã podre". Num clube que, no tempo em que o coração ainda significava alguma coisa, deixou partir pela porta pequena símbolos como Vítor Damas ou Manuel Fernandes, para, mais recentemente, na era do negócio e da comunicação, ter feito o mesmo com Oceano, Pedro Barbosa ou Beto, a saída de Moutinho não deveria surpreender. A minha surpresa é apenas a prova de que eu não percebo nada disto. Julgava viver num mundo em que os dirigentes existem para resolver problemas e não para os criar, abstendo-se sempre de qualquer responsabilidade, mas estava, obviamente, enganado. Fico à espera de ver Bruno Alves ser vendido ao Sporting, baratinho, por não gostar do after-shave de Antero Henrique e da poesia de Pinto da Costa, ou Luís Filipe Vieira enviar Saviola para Alvalade por ter recebido mensagens desagradáveis no seu telemóvel. Nesse mundo, como o FC Porto e até o Benfica já demonstraram, são os clubes que criam e acarinham os seus símbolos. Mas não, na realidade leonina, são vendidos, em saldos, a um dos principais rivais... Afinal, quem fica com o melão?!

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